Hoje ía chocando com o sr. Menezes, algures nas estreitas ruas da Lapa (se não era o sr. Menezes podia bem ser).
Eh, era capaz de ser engraçado, seria óptima circunstância para lhe dirigir algumas ideias:
' Sr. Menezes, o sr. já que tem essa oportunidade, ao menos podia fazer uma oposição de jeito, uma coisa que se visse, assim, sei lá, contrariar o governo com algo que justifique. Qualquer coisa de verdadeiramente relevante. Assim por exemplo, elegia uma causa, 'Luta contra a precaridade no trabalho na geração dos meus filhos, ou um bocadinho mais velhos' depois estudava bem o assunto, fazia pesquisa aturada, podia ser na net [mas cuidado com as fontes, só a Wikipédia não vale] tentava perceber bem lá no fundo o que é que esta tem a ver com o seu ego [para conseguir convencer]. E pronto!'
'...depois até ía perceber que aquela geração, a sua [o sr, talvez não, não sei onde estava no 25 de Abril] que andou a lutar por liberdades e direitos sociais, é uma geração egoísta, digo eu. É egoísta até com os próprios filhos [falando em gerações], porque já com oportunidade de mudar coisas que sentiram na pele [com variantes mas a essência está lá] não o fazem. Ele é bolsas de tudo e mais alguma coisa, ele é recibos verdes, ele é contratos de avença, ele é concursos 'de mentirinha', ele é cunhas, ele é deixa andar [desde que não toque a mim e aos meus, tudo corre pelo melhor possivel] ele é reformas que não acabam com os vícios da administração pública e sob esta capa não se contrata. Do tipo: 'Eu gosto do teu trabalho, mas não posso fazer nada...é o sistema...'
'Depois até podia chegar à conclusão que isto não é bom para a economia [a avaliar pelos dados demográficos]. Agarrar esta causa talvez pudesse ser um passo para aliviar a crise do 'Estado Providente' e um verdadeiro incentivo à natalidade ... concerteza com outros efeitos na sociedade portuguesa. E quem sabe se o sr não subia mais alto?!'
'Bem tenho que ir, foi um prazer chocar consigo, Sr. Menezes, até um dia destes!'
fotografia: Orlando Almeida
2 comentários:
100% de acordo com a 'geração egoísta', mas pergunto-me como será a nossa quando lá chegar...
Pois,não sei, mas gostaria de pensar que seria mais solidária, menos individualista, mais voltada para valores (que não estritamente materiais).
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