Este é um espectaculo de circo, que como o tradicional, acontece dentro de uma tenda. Mas tudo o resto, não tem nada a ver.
Começa em grande algazarra, de uns a falar por cima dos outros, entre eles e para nós, espalhando sorrisos.
«tenho medo de perder o sorriso» «tenho medo de não saber onde estou onde vou» são algumas frases ecoadas, em castelhano ou inglês, a certos momentos do espectáculo.
Acompanha uma banda de música ao vivo, de géneros que lembram Tom Waits, jazz [ grande sax] ou kusturica que vão dando ritmo às danças, pulos eufóricos, no trapézio, argola gigante ou trampolim...[tento ordenar, e não consigo] na verdade é tudo um bocado caótico e hilariante, entre eles falam nada e riem e fogem e trepam os guindastes, as escadas, penduram-se, feitos macaquinhos, com se vivessem permanentemente no ar, a saltar de um lado para o outro.
Uma nota para o guarda-roupa e adereços, vestuário com glamour decadente e libertino, cartolas, cachimbos, sombrinhas, vestidos de tule e tafetá [depois de uma noite boémia] tem tudo a ver.
Os protagonistas são uma vasta companhiado País de Gales [prá aí uns 30] que alternam entre actores principais e secundários.
Nós, o público atónito e solícito aos estímulos que vêm de diferentes lados, vamos seguindo as coordenadas do pessoal de apoio [é que ás vezes voavam por cima de nós] ah pois tinhamos quem zelasse pela nossa segurança.
Havia uma palhaça minorca com saia mínima que tinha o tique de a levantar e fingia que não sabia dar cambalhotas no trapézio.
Uma cena soberba é quando nós assistimos a uma plateia [eles] que visiona um filme imaginário, dá saltos de alegria e com eles saltam também pipocas, trepam por cima uns dos outros arreganhados de medo e quando a música acelera para o caos [ tipo kusturica] cavalgam, voam sobre o trampolim.
Adorei a coreografia final, música, dança, sincronia nos movimentos.
Elogio, parece-me, à liberdade (dos sentidos).
Até ao 31 de Agosto, no CCB por 18 € [adultos]
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